HISTORIAS DA TV - A CABANA DO PAI TOMÁS
A Cabana do Pai Tomás é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo entre 7 de julho de 1969 e 28 de fevereiro de 1970, em 204 capítulos, substituindo A Grande Mentira e sendo substituída por Pigmalião 70. Escrita por Hedy Maia, Glória Magadan e Walther Negrão, a novela foi baseada no romance Uncle Tom's Cabin, de Harriet Beecher Stowe. Teve direção de Fábio Sabag, Daniel Filho, Walter Campos e Régis Cardoso, produzida em preto-e-branco. Foi a 6.ª "novela das sete" exibida pela emissora.
Para a novela, foram construídos dois estúdios na emissora em São Paulo. Uma embarcação do século XIX foi reproduzida para as gravações e uma colheita de algodão, numa fazenda de Campinas foi antecipada exclusivamente para que o local servisse de locação para a história. Porém, com o incêndio que destruiu parcialmente as instalações da emissora na capital paulista, apenas uma semana após a estreia da novela, a equipe de produção foi obrigada a se transferir para o Rio de Janeiro, onde passou a contar com menos recursos.
Fábio Sabag dirigiu os oito primeiros capítulos, mas foi substituído por Daniel Filho, devido a uma séria estafa. Posteriormente Walter Campos e Régis Cardoso entraram na equipe de direção a pedido do ator Sérgio Cardoso. A Cabana do Pai Tomás foi a última novela da Rede Globo inteiramente baseada em textos estrangeiros. A novela subsequente no horário, Pigmalião 70, já retratava a realidade brasileira.
A Cabana do Pai Tomás teve uma recepção tumultuada por parte da imprensa. Isso porque o ator Plínio Marcos, em sua coluna Navalha na Carne no jornal Última Hora, liderou uma campanha de repúdio à escolha de um ator branco para interpretar um negro — Sérgio Cardoso. A opinião geral na classe artística era que Milton Gonçalves deveria fazer o papel. A agência de publicidade Colgate-Palmolive, responsável pelo patrocínio das telenovelas na década de 1960 no Brasil, influenciou diretamente na escolha do ator para o papel principal. A filial estadunidense da agência escolheu Sérgio Cardoso para interpretar o escravo Tomás, sem analisar as implicações que isso poderia ter na mídia brasileira.
Além de interpretar o escravo Tomás, Sérgio Cardoso também dava vida ao abolicionista Dimitrius, alusão ao protagonista de E o Vento Levou, Rhett Butler; e ao presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln. Na época não havia tecnologia suficiente para mostrar os três personagens contracenando; segundo Régis Cardoso, para compor a imagem, foi necessário gravar com cada um e, em seguida, montar a cena.
Tia Cloé foi a primeira protagonista negra na televisão brasileira. A intérprete da personagem, Ruth de Souza, era amiga de Sérgio Cardoso e foi ele quem a indicou para a direção da novela. "Fui contratada de imediato e protagonizei a história, o que, infelizmente é incomum na carreira de atores negros", afirmou Ruth. Devido ao seu papel de destaque, a atriz chegou a ter problemas com pessoas do elenco: "Algumas atrizes brancas não queriam que o nome delas ficasse atrás do meu nos créditos. Não guardo mágoa, mas acho qualquer tipo de preconceito uma estupidez".
A história é completamente inspirada no romance de Harriet Beecher Stowe. Aborda a constante luta travada entre latifundiários e escravos no sul dos Estados Unidos à época da Guerra da Secessão.
O principal personagem é o escravo negro Pai Tomás que, ao lado da esposa Cloé e de outros amigos na mesma condição, enfrenta os fazendeiros à procura de liberdade.
Paralelo às discussões políticas e sociais da trama, há também o romance proibido entre os jovens Pierre Saint Clair e Bárbara Morrison.
Extraído de Wikipédia.
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