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8 de dezembro de 2019

ROBERT RYAN VIDA, OBRA E ALGUNS DE SEUS FILMES COMPLETOS



Lembrado por uma variedade de delinquentes desajustados e fanáticos intransigentes, Robert Ryan (1909-1973) foi um liberal ativo que se transformava para fazer seus papéis. Alto, poderoso, e com uma voz inconfundível, Ryan eletrizou plateias com seu estilo durão e ameaçador, fazendo valer sua presença nas telas. Trabalhou para os mais conceituados cineastas de seu tempo (Jean Renoir, Robert Wise, Nicholas Ray, Anthony Mann, Edward Dmytryk, Samuel Fuller, Raoul Walsh, Fred Zinnemann, John Sturges, entre outros). Um dos atores mais talentosos de todos os tempos,  que realizou com imensa competência todas suas interpretações, com seu impressionante currículo de personagens, entre heróis e vilões. Identificado como o mais expressivo rosto noir do cinema, foi apenas uma vez lembrado para um prêmio da Academia, como o sombrio assassino antissemita de Rancor (Crossfire, 1947). Fora de Hollywood, era um homem simples e humanitário, que gostava de passear com a família e viver longe das badalações. O Ouvir e ver  tem o prazer de levar até os leitores a vida e a obra do ator Robert Ryan, celebrando neste corrente ano de 2019 o 110º aniversário de seu nascimento.


A Sétima Arte se vangloria por ter possuído vários talentos em sua constelação cinematográfica. Da ala masculina, valem como destaques atores magnânimos que contribuíram com interpretações marcantes ao longo de suas carreiras. São nesses momentos que nos lembramos de Fredric March, Humphrey Bogart, Spencer Tracy, Edward G. Robinson, Robert Donat, Paul Muni, e claro, ROBERT RYAN.

INFÂNCIA


Robert Bushnell Ryan, seu verdadeiro nome, era filho de Thomas Aloysius Ryan, um irlandês católico que trabalhava como executivo na área comercial, e de Mabel Arbutus Bushnell Ryan uma mulher descendente de ingleses, nascido a 11 de novembro de 1909, em Chicago. Na infância, o pequeno Bob Ryan era uma criança tímida e nunca perdeu essa qualidade por completo - mesmo depois de se transformar num futuro astro de Hollywood.

OS PRIMEIROS ANOS E O BOXE


Aos oito anos, John, seu irmão mais novo, morreu de gripe, lembrança cruel que o carregou até o fim de sua vida. Aos 26 anos, seu pai morre em consequência de uma batida de carro. Decidiu então entrar para uma academia de Boxe, e seu objetivo, era continuar os estudos para ingressar na faculdade, o que ele conseguiu. Lá, Bob conquistou vários títulos como campeão amador de peso-pesado da modalidade. Seu gosto era pela literatura, e tinha intenção de formar-se em jornalismo.



A IDEIA DE SE TORNAR ATOR

Com a chegada do ano de 1929, o fatídico ano da depressão, com a queda da bolsa de valores de Nova York, Ryan se recusava a entrar para a área comercial de seu pai, por isso, ele engrenou em vários trabalhos, como foguista de navios, Guarda-costas, vaqueiro, modelo fotográfico, e até cobrador de dívidas. Devido ao exercício destas profissões, muitas dos quais exigia trabalho braçal, é que explica tanta convicção e empenho nos personagens que tão bem representou no cinema. 


Look de Robert Ryan na época de modelo fotográfico.
Um amigo de sua mãe deu-lhe uma nomeação no Serviço Público Municipal de Chicago, mas um investimento de sorte com petróleo permitiu que Bob Ryan procurasse treinamento profissional em arte dramática. Ryan decidira ser ator quando um fotógrafo, que havia feito alguns ensaios com ele como modelo fotográfico, achou que ele era fotogênico e que correspondia bem as câmeras, e que ele poderia, influenciado por seu porte atlético conseguido com seus treinamentos no Boxe, conseguir fazer carreira no cinema. Ryan media 1m93cm de altura.

JESSICA CADWALADER RYAN




Robert com sua esposa Jessica Cadwalader Ryan.
Casamento que durou 37 anos até o falecimento dela.
Imediatamente Bob foi para a Califórnia matricular-se no Playhouse de Pasadena, mas preferiu a Oficina Teatral de Max Reinhardt, uma das mais respeitadas em Hollywood. Lá, conheceu a aluna Jessica Cadwalader, com quem se casou em 1939, e que se tornaria sua esposa até o falecimento dela, em 1972. Jessica fez poucos trabalhos como atriz de cinema, preferindo ingressar na área de pedagogia e ensino, publicando livros infantis, e histórias de mistério.


OS PRIMEIROS DIAS EM HOLLYWOOD




Com pouco mais de 31 anos de idade, Bob Ryan começou a trabalhar como ator profissional em filmes musicais, mas eram papéis pequenos, ganhando 75 dólares por semana. Começou a fazer alguns filmes na Paramount, mas esta não se impressionou com Bob, que ao contrário do que diria aquele fotógrafo que o considerou fotogênico, o estúdio não o achou e ainda lhe disseram que não se enquadrava às câmeras.


Descartada pelo menos temporariamente sua ideia de ingressar no cinema, Ryan viu oportunidade no teatro. Sua primeira peça intitulou-se Um beijo de Cinderela, contracenando com Luise Rainer (1910-2014). O ex-marido dela, Clifford Odets (1906-1963), vendo-o na peça, viu nele uma presença viril que pudesse atrair o público feminino, e lhe ofereceu o papel de um jovem amante na peça Só a Mulher Peca/Clash By Night, na Broadway, e não demorou em ser notado por Peter Lorents, executivo da RKO.




Feito os primeiros testes na RKO, Bob foi aceito, e assinou contrato ganhando inicialmente 600 dólares por semana. Seus primeiros trabalhos no estúdio foram em filmes bélicos, que serviam praticamente como propaganda americana durante a II Guerra Mundial, como Bombardeio/Bombardier (1943), filme de dois diretores (Richard Wallace, Lambert Hilyer) como um jovem estudante da força aérea, contracenando com Randolph Scott e Pat O' Brien.


Ryan tentando escapar do "mata-leão" de Mike Mazurki em
ATRÁS DO SOL NASCENTE (1943) de Edward Dmytryk.
Em 1943, Ryan conseguiu um bom papel no filme Atrás do Sol Nascente/Behind the Rising Sun, um esforço de guerra dirigido por Edward Dmytryk, estrelado por Tom Neal (1914-1972) e J. Carroll Nash (1896-1973), onde como um militar americano e prisioneiro de guerra teve que lutar em um duelo de  “vale tudo” com Mike Mazurki (1907-1990), desempenhando um lutador japonês. 

SERVINDO NA II GUERRA
Em 1944, Robert Ryan se juntou ao serviço de guerra, alistando-se nos fuzileiros navais. Sua carreira em HollywQQood foi ligeiramente interrompida pela Segunda Guerra Mundial. Por dois anos Bob trabalhou como instrutor no Corpo de Fuzileiros Navais, no acampamento do Capitão Pendleton.



Ryan testemunhou os efeitos psicológicos daqueles que combateram no Pacífico, e o difícil retorno daqueles que tentavam voltar a vida civil. Prestou auxílio aos feridos e aleijados, e viu o horror atrás do olhar assombrado dos que tinham vivido os eventos e a crueldade da Guerra, deixando seus camaradas, mortos em batalha, para trás. Isto fez com que, futuramente, o ator se dedicasse mais as causas humanas e sociais.

Os últimos anos

Jessica Cadwalader, sua esposa por mais de 20 anos, e com quem teve três filhos, morreu de câncer em 1972. Viúvo, e diagnosticado dois anos antes com o mesmo mal que matou a esposa, procurou, mesmo em seus derradeiros dias, decidir ainda atuar e trabalhar como vinha fazendo sempre. Em 1972, contracenou com Rod Steiger em Lolly Madona, seguindo The Iceman Cometh (1973); Executive Action(1973); e The Outfit(1973).
Robert Ryan, que em sua vida foi um membro ativo liberal pelas causas sociais e humanas, morreu em Nova York, aos 64 anos, vitimado pelo câncer. Seu corpo foi cremado, e suas cinzas, lançadas ao mar.

FILMES COMPLETOS
NO OUVIR E VER

SÓ A MULHER PECA
DUBLADO

Em 1952, o contrato de Robert Ryan com a RKO chegava ao fim, fechando com chave de ouro em um papel que ele havia desempenhado cerca de dez anos antes na Broadway, em peça escrita por Clifford Odets (1906-1963): o de um amante cínico e amoral em Só a Mulher Peca/Clash By Night,  do diretor Fritz Lang (1890-1976) atuando com Barbara Stanwyck (1907-1990),  Paul Douglas (1907-1959), e a então reveladora Marilyn Monroe (1926-1962).


Seduzindo Barbara Stanwyck: SÓ A MULHER PECA (1952).
Quando o filme estreou, a equipe da revista Variety foi dura com o filme, mas apreciou o trabalho de Barbara Stanwyck. O filme captura muito da monotonia de uma costeira cidade piscatória, pano de fundo da fita, mas apenas ocasionalmente vem a ocorrer a sugerida intensidade da narrativa. Barbara interpreta a itinerante que retorna com seu habitual ar desafiador e seu mau humor, infeliz no casamento com um corpulento e ingênuo pescador (Paul Douglas)mas que acaba encontrando em outro homem, um projecionista de filmes (Robert Ryan) a pegada que necessita. Ryan interpreta o amante de Barbara, que tem uma brutalidade sinistra, enquanto Marilyn Monroe, ainda em início de carreira, é reduzida a um papel pequeno.

ASSISTIR
O FILME NÃO TEM UMA QUALIDADE  BOA


ESCRAVO DE SI MESMO 
LEGENDADO



 Beware, My Lovely – 1952 – RKO – Direção: Harry Horner. Elenco: Ida Lupino, Robert Ryan, Taylor Holmes, Barbara Whiting.

SINOPSE:
Helen Gordon (Ida Lupino) é uma extravagante viúva que contrata Howard Wilton (Robert Ryan) para lhe servir, mas ela se arrepende, pois Ryan é um psicopata que, apesar de parecer uma pessoa normal, tem ataques de loucura seguidos de amnésia. Suspense do início ao fim.

ASSISTIR
BOA QUALIDADE
PRETO E BRANCO


A QUADRILHA MALDITA - Day of the Outlaw – 1959 –


SECURITY/UNITED ARTISTS – Direção: Andre De Toth. Elenco: Robert Ryan, Burl Ives, Tina Louise, Alan Marshal, Nehemiah Persoff, David Nelson, Jack Lambert, Frank DeKova, Lance Fuller, Elisha Cook Jr.

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